Securitizadora, Factoring e FIDC: O que são e quais suas diferenças

Você tem uma empresa e está precisando de capital de giro, mas só vai receber parcelado daqui a alguns meses? Então você precisa conhecer a securitizadora e o factoring.

Ambos os tipos de operações trabalham com o adiantamento de recebíveis para empresas de micro, pequeno e médio porte, entretanto cada uma delas possui suas particularidades.

As operações de factoring, por exemplo, também são conhecidas como operações de fomento mercantil, que permitem às empresas gerar economia, balancear o fluxo de caixa e uma série de outras vantagens.

A securitizadora e o factoring são operações que podem ser usadas em momentos específicos dentro das empresas, como os períodos de crise, por exemplo.

De acordo com o Sindicato das Sociedades de Fomento Mercantil Factoring do Estado de São Paulo (SINFAC-SP), muitas empresas garantiram sua presença no mercado na crise internacional de 2008 graças ao incentivo do fomento mercantil.

Quer saber mais sobre o assunto e entender como a securitizadora, o factoring e o FIDC podem beneficiar o seu negócio? Então, continue a leitura e confira!

O que é factoring?

O factoring ou fomento mercantil é uma operação de crédito para empresas com o propósito de oferecer liquidez financeira a instituições de pequeno porte por meio da compra de direitos creditórios.

Para os negócios que buscam o serviço, a operação consiste, basicamente, em negociar os recebíveis a prazo, mas receber o valor à vista com desconto do fator – taxa cobrada pela empresa de factoring.

A operação é feita por empresas de factoring, que se diferem de bancos e financeiras e não seguem as mesmas regras e limitações dessas instituições.

Como funciona a operação factoring?

Antes de entender como funciona a operação de factoring, vamos entender as partes envolvidas nessa operação. Na operação de factoring, estão envolvidas três partes: a empresa cedente (Empresa 1), que transforma seus recebíveis em crédito para receber o valor à vista e melhorar o fluxo de caixa; o sacado (Empresa 2), que é o cliente devedor responsável pelos pagamentos parcelados; e a factoring (Empresa 3), que compra os recebíveis da cedente, pagando à vista, e assume a responsabilidade de cobrar os valores do sacado. Entenda melhor como funciona uma factoring em nosso blog post: Factoring: O que é e como funciona.

A factoring pode comprar duplicatas e cheques das empresas. A duplicata, nada mais é do que a cópia da fatura. Esse documento é tido como um título de crédito, que possui valor jurídico.

O que é FIDC?

Os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC) são uma forma de antecipação de recebíveis cujos fundos são formados por investidores e administrados por uma instituição financeira.

É a compra de vários títulos de créditos de diferentes empresas com o objetivo de lucro. Ele é administrado por instituições financeiras e vendido para os cotistas – os investidores.

Uma das regras de um FIDC é de que, pelo menos, 51% do patrimônio deve ser investido em direitos creditórios (cheques, duplicatas, recebíveis e outros ativos financeiros).

Cada FIDC possui regras específicas, incluindo características, aplicações e resgates, oferecendo uma alternativa estruturada para empresas que precisam de liquidez e para investidores interessados em diversificar suas carteiras.

O que é securitização?

A securitização é o processo de negociação de dívidas com investidores, com a intermediação de uma securitizadora.

Comum no mercado financeiro, a operação ocorre na medida em que a securitizadora transforma as contas em títulos negociáveis.

A securitizadora tem como foco empresas promissoras que tendem a gerar lucro e a negociação pode ocorrer a partir de duplicatas, cheques, financiamentos, parcelamentos, aluguéis, empréstimos, dentre outros.

O risco para os investidores é alto, pois eles compram as dívidas e correm o risco de não serem pagos. Entretanto, esse risco é compensado pelos juros mais interessantes do que os de outras aplicações.

Como funciona a securitização?

O princípio da securitização e factoring é o mesmo, isto é, a compra e venda de recebíveis.

Da mesma forma que no factoring, uma empresa que precisa de capital pode negociar suas dívidas com uma securitizadora e antecipar o dinheiro que tem a receber.

A partir do momento que a securitizadora compra essa dívida ela passa a ser detentora dos títulos e vai vendê-los a investidores.

Existem 3 partes envolvidas no processo de securitização:

1. Credor ou cedente - a empresa que tem contas a receber e que precisa do dinheiro à vista;
2. Securitizadora - a empresa que compra os recebíveis, paga o credor e transforma os recebíveis em crédito para repassar ao investidor. 
3. Investidor - é quem compra os títulos e assume o risco da dívida.

Existem diferentes títulos de securitização, como o Certificado de Recebíveis, Debêntures e o Fundos de Investimento em Direitos Creditórios ou mais conhecido como FIDC.

Qual a diferença entre securitizadora e factoring?

A securitizadora é uma empresa obrigatoriamente constituída como S.A., que capta recursos via emissão de debêntures, com tributação reduzida (sem IOF, PIS e COFINS de 4,65%). No entanto, deve operar com transparência para evitar riscos de evasão fiscal e adota obrigatoriamente o regime de lucro real.

Já a factoring é uma empresa limitada, de fácil abertura, que opera apenas com recursos próprios. Apesar de maior liberdade operacional, possui tributação elevada, com incidência de IOF, ISS, PIS e COFINS de 9,25%, além de IR e CSLL no lucro real.

Em resumo, a securitizadora oferece vantagens tributárias e captação de recursos externos, enquanto a factoring é mais simples, porém mais onerosa e restrita a recursos próprios. 

Diferença entre FIDC e securitizadora

Os FIDCs são regulamentados pela CVM e permitem captação de recursos junto a investidores qualificados (com mais de R$1 milhão em ativos líquidos). Oferecem menor tributação (sem IOF, ISS, PIS e COFINS), mas possuem um custo fixo mensal a partir de R$25-30 mil e exigem a contratação de uma gestora certificada, além de aprovação da ANBIMA.

Já as securitizadoras, obrigatoriamente constituídas como S.A., captam recursos via emissão de debêntures. Elas têm tributação reduzida (sem IOF, PIS e COFINS de 4,65%), mas devem operar com transparência para evitar questionamentos sobre evasão fiscal, especialmente em casos de migração de factoring para securitizadora. Além disso, são tributadas obrigatoriamente pelo lucro real.

Em resumo, o FIDC é vantajoso pela tributação menor, mas tem custos altos e exigências regulatórias rigorosas. A securitizadora é mais flexível, mas demanda cuidados fiscais para evitar penalidades.

FIDC, Factoring e Securitizadora 

De forma resumida, a Factoring é uma empresa limitada que opera com recursos próprios, tem alta tributação (IOF, ISS, PIS/COFINS de 9,25%) e oferece maior liberdade operacional.  

A Securitizadora, constituída como S.A, capta recursos via debêntures, possui tributação reduzida (sem IOF, PIS/COFINS) mas exige transparência fiscal e adota o lucro real. 

O FIDC é um fundo regulado pela CVM, com menor tributação e captação junto a investidores qualificados, mas possui alto custo fixo mensal (a partir de R$25-30 mil).

Se você ainda tem dúvidas sobre as diferenças entre o FIDC e o factoring, acesse nosso blog e saiba mais: FIDC X Factoring: quais as diferenças e as vantagens

Quais as vantagens de contratar uma empresa factoring?

Agora que você já sabe como funciona a factoring e a securitizadora, vamos entender também como a factoring pode ser muito vantajosa para o empreendedor.

Agilidade

As empresas de factoring oferecem vantagens como agilidade no pagamento, especialmente no desconto de duplicatas, permitindo que o negócio tenha capital imediato para continuar suas operações. 

Para micro e pequenas empresas, que ainda estão em processo de estruturação, o factoring é essencial para evitar o impacto da inadimplência e da espera por pagamentos longos, garantindo fluxo de caixa para pagar funcionários e cumprir obrigações.

Taxas mais vantajosas

Ao negociar com uma factoring, as empresas podem se beneficiar de taxas menores em comparação com bancos e financeiras, que frequentemente cobram taxas adicionais e demoram na aprovação do crédito. Nas factorings, o processo é mais claro e transparente, com custos definidos desde o início e durante toda a negociação.

Redução da inadimplência

As empresas de factoring, ao assumirem a cobrança, podem reduzir a inadimplência devido à sua experiência e preparo na área de cobranças. Além disso, dependendo do modelo de factoring, a empresa fomentadora pode assumir o risco da negociação.

Como a antecipação de recebíveis pode ajudar uma empresa?

 antecipação de recebíveis por securitizadoras e factorings pode aumentar a produtividade e melhorar o planejamento financeiro da empresa, garantindo sua saúde financeira. 

Diferente de um empréstimo, onde o dinheiro precisa ser pago com recursos futuros, a antecipação envolve a venda de recebíveis já devidos à empresa, com menor risco de inadimplência. Com mais liquidez, a empresa consegue manter o fluxo de caixa em dia, facilitando a organização e o planejamento das próximas ações.

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Conclusão

Securitizadoras e factorings são empresas que trabalham com a antecipação de recebíveis, mas têm finalidades e formas de operação diferentes. As securitizadoras utilizam capital de investidores, enquanto as empresas de factoring operam com capital próprio. Além disso, cada tipo de operação é regida por leis e órgãos distintos.

Ambas oferecem vantagens para as empresas, especialmente aquelas focadas no crescimento, ao garantir maior liquidez e fluxo de caixa.

E você, já conhecia essas operações e a maneira como funcionam as empresas securitizadoras e de factoring?